domingo, 23 de maio de 2010

em uma noite qualquer...

Ela aparentava ter uns 33 anos, era jovem, bonita, usava trajes modernos; tinha um andar sensual e uma leve maquiagem na face. O seu calçado, um salto agulha, fazia barulho quando pisava, o seu cabelo loiro cacheado balançava conforme o seu caminhar, o seu vestido preto e sua pele branca contrastavam, e seu olhos azuis eram visto a quilómetros.
Uma mulher muito discreta e intrigante, passava uma vez por semana por aquela rua estreita e mal iluminada. Ninguém sabia onde ela ia, os vizinhos comentavam a seu respeito comigo, e eu confesso que esse mistério me fascinava. Sempre gostei de coisas intrigantes e misteriosas e vê-la passar toda quarta-feira as 9:00hs, as vezes dez minutos antes ou depois, me enlouquecia.
O fato é que eu só a via passar, nunca havia falado com ela, nem mesmo o seu nome eu sabia, referencia de onde ela morava então, nem pensar.
E eu, um homem de 39 anos, solteiro, passei ate a pouco tempo da minha vida de farra, bebidas, mulheres, jogos, diversão e com dívidas, inúmeras dívidas, eu era um advogado fracassado pelos anos passados. Ganhei toda a herança do meu pai, por ser seu único filho. Comprei minha casa no meio da rua Matias Filho, pois achava muito grande a casa de esquina, no início da rua.
Mas, aquela mulher tinha algum mistério e eu iria descobrir. Decidi segui-la, e na quarta-feira a noite fiquei esperando-a passar. Quando ela passou, eu disfarçadamente sai de minha casa e foi acompanhando seus passos, depois de uma longa caminhada ela parou em frente á uma casa velha, de madeira, com uma pintura em amarelo, já desbotada. Ela entrou na casa. E eu fiquei á vigia-la, lembro-me apenas que dormi e acordei 6hs da manha, com o sol nascendo.
Fui embora com uma única certeza, eu amava aquela mulher, ela me fascinava e eu precisava saber seu nome e dizer-lhe que ela era única em meu coração solitário.
Uma semana depois, já eram 9:45hs e ela ainda não havia passado pela rua mal iluminada onde eu morava.
No outro dia, pela manha, fui ler o meu jornal, como sempre fazia, onde logo na primeira pagina dizia:
Mulher morta a facadas
Bianca Haltzein, foi morta a facadas no início da rua Matias Filho, a policia investiga a morte da mulher de 33 anos.
A foto da mulher morta era a foto da mulher que me fascinava. Quando eu li aquilo estremeci, a rua Matias Filho era a minha rua, e eu morava mais ou menos no meio dela. Talvez se eu morasse no início da rua eu teria evitado esse assassinato e diria que amava.

2 comentários:

Ingrid Martins disse...

nossa, bem tragico esse conto...
mas nos faz pensar bastante...
tenha uma Boa tarde, beijo e seguindo você :*

Valéria lima disse...

Um romance que não aconteceu, que triste, e ela se foi sem saber que despertava um sentimento tão bonito em alguém.

BeijooO'

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