Mentes Desconfiadas II

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- Eu não irei embora!

- Mas se você não for... terei que lhe matar, foi sempre assim

- Matar por amor? - pergunta ele tranquilamente

- Por ritual

- E nesse seu ritual você é sempre abordada em um restaurante por homens igual a mim?

- Não - ela responde pensativa - geralmente é eu quem os abordo!

- E o que você fazia naquele restaurante com aquela dose de whisky em mãos?

- Eu queria saber como é sentar-se em um restaurante sozinho e tomar uma dose de whisky - responde ela, agora já confusa do que estava fazendo realmente naquele restaurante francês - Mas... não imaginei ser abordada por algum homem.

- Então isso não faz mais parte do seu ritual

- Como assim? - diz ela com mente desconfiada

- Agora isso faz parte do meu ritual

- Não estou entendendo

- Eu tenho um ritual, adoro restaurantes franceses, adoro mulheres sozinhas tomando whisky neles. Eu adoro as abordar, as levar para o meu apartamento, as possuir, e depois as matar, com uma ultima dose de whisky ao amanhecer. Mas, eu vim para o seu apartamento, então o meu ritual já foi quebrado.

- E o que você vai fazer comigo agora?

- Eu é que pergunto, o meu ritual foi quebrado e o seu também, o que faremos?

- Vamos ficar aqui, ate sentirmos fome, sede ou ate o telefone tocar, vamos ficar assim pra sempre!

- Te amo Luciana!

- Te amo Fernando!

E por mais absurdo que pareça, eles esperaram o dia amanhecer, se amaram muitas vezes e viveram para sempre naquele apartamento. Eles saiam de vez em quando, iam ao parque, ao shopping, ao mercado e nunca mais foram a nenhum tipo de restaurante.

"Fim"

by: Thaís Winck